18 de Abril, 2022
Portugal é um dos líderes em energia limpa da Europa. Obtém, atualmente, 60% da sua eletricidade a partir de fontes renováveis, uma das maiores proporções de uso de energia verde na Europa. E o governo português acaba de anunciar que pretende atingir 80% de energia limpa na produção de eletricidade para 2026, quatro anos antes do planejado anteriormente. Estes planos devem resultar em mais de 25 bilhões de euros de investimento privado e público nos próximos 10 anos. O país também é um dos primeiros do mundo a se comprometer a se tornar neutro em carbono até 2050. Vale destacar que em 2004, Portugal consumia 19,2% de energia de fontes limpas e em 2010 esse percentual já era de 41%!
A meta de substituir os combustíveis fósseis, emissores de carbono, por energias renováveis, como eólica e solar, foi acelerada na Europa após a invasão da Ucrânia pela Rússia. Atualmente, Portugal importa principalmente gás natural liquefeito dos EUA e da Nigéria. Parou de importar petróleo russo em 2020.
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Portugal dispõe de diferentes fontes de energia de origem renovável: sol, vento, água, ondas, geotérmica e biomassa. Para além destas, recorre ainda a recursos fósseis, como o carvão, o petróleo e o gás natural, para garantir a satisfação das necessidades energéticas da população. Em 2020, duas centrais produtoras de energia à carvão foram desativadas: Sines (em janeiro) e Pego (em novembro).
De acordo com dados da associação comercial Solar Power Europe, Portugal tinha cerca de 1,5 GW de energia solar instalada em 2021, número que o país pretende aumentar para pelo menos 9 GW até 2030. Em 2021, as energias eólica e a hídrica tiveram a grande contribuição na produção nacional, cobrindo 26% e 23% da demanda do país, respectivamente. A energia de biomassa seguiu com 7% e a solar fotovoltaica (PV) com 3,5%. Embora ainda seja o menos significativo em termos de volume no país, as fontes fotovoltaicas registraram um aumento de 37% em relação ao ano anterior, de acordo com dados da REN – Redes Energéticas Nacionais.
O mar português, famoso pelas ondas gigantes de Nazaré, também é palco de exploração de energia desde 1999. Gerada por meio da movimentação das ondas, a energia ondomotriz ou energia das ondas é uma fonte de energia alternativa, limpa e renovável para a geração de energia elétrica, mas que ainda é pouco explorada no mundo.
Em Portugal, o maior potencial situa-se na costa noroeste e centro de Portugal continental, ao largo de localidades como Aljezur, Sines, Cascais, Peniche, Nazaré, Figueira da Foz, Aveiro, Leixões e Viana do Castelo.
Agora o governo português pretende unir o poder das ondas do mar e do vento no projeto European Scaleable Offshore Renewable Energy Sources (EU-SCORES), que será localizado na costa de Viana do Castelo. O empreendimento pretende usar a energia das ondas da CorPower ligada à energia eólica offshore, para criar uma das primeiras matrizes combinadas de energia offshore do mundo. Estima-se que as costas portuguesas contenham cerca de 34 GW de energia das ondas e o governo pretende aproveitar 70 MW até 2030. Essa abordagem combinada cria um sistema de energia mais resiliente e estável, não apenas com maior capacidade de produção, com menor custo por MWh (Megawatt-hora), mas também mais consistência.
Portugal tem investido cada vez mais no setor energético, promovendo a sua inovação e sustentabilidade. Medidas de eficiência energética vêm sendo implementadas em edifícios, com a instalação de sistemas de iluminação LED ou de sistemas de aproveitamento de energias renováveis, com o objetivo de reduzir a fatura energética e as emissões de gases com efeito de estufa.
Esse ano entrará em operação no país o maior parque solar flutuante da Europa. Irá funcionar na albufeira do Alqueva e terá 12.000 painéis solares , do tamanho de quatro campos de futebol, que irão produzir 7,5 gigawatt/hora (GWh) de eletricidade por ano. Os painéis solares fornecerão energia a 1.500 famílias, ou um terço das necessidades das cidades vizinhas de Moura e Portel.
Numa outra perspetiva, existem ainda sistemas de gestão de energia que permitem controlar o consumo das instalações, possibilitando aos consumidores adaptar os seus comportamentos energéticos. Em Portugal, cerca de metade dos edifícios apresenta uma classificação energética elevada, entre A+ e C. Aproximadamente 30% do edificado está classificado com a categoria C, segundo o Centro de Informação para Energia.
Fontes: Reuters, DGEG – Direção Geral de Energia e Eologia, Corpower Ocean e Cinergia.
Autor:
Atlantic Bridge